Abril Azul, Mês de Conscientização Sobre o Autismo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma a cada 160 crianças tem TEA

Como uma maneira de conscientizar as pessoas sobre o autismo e dar mais visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), o mês de abril é considerado como o Mês de Conscientização Sobre o Autismo e para isso, “se pinta” da cor azul. Conforme a Organização Mundial da Saúde, uma a cada 160 crianças no mundo tem TEA.

Uma pesquisa divulgada pelo Censo Escolar do Brasil, registrou entre 2017 e 2021 um aumento de 280% no número de estudantes com TEA matriculados em escolas públicas e particulares, isso seria equivalente a um índice de mais de 4 milhões de brasileiros.

O autismo pode ser identificado nos primeiros anos de vida, é caracterizado pela dificuldade de comunicação ou interação social, mas é preciso uma equipe multidisciplinar para o diagnóstico, como explica a psicóloga clínica e hospitalar, especializada em análise de comportamento no Hospital Amhemed, Jane Mary dos Santos. “Não existe um diagnóstico clínico específico e fechado para o autismo, por isso, é necessária uma série de avaliações de aspectos comportamentais e de desenvolvimento da pessoa, como uma entrevista com os pais ou cuidador, feita por uma equipe de várias áreas”.

Foi somente em 2013 que o TEA passou a constar na nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, a CID, um documento que se alinha à alteração da nova versão do Manual de Diagnóstico e Estatísticas dos Transtornos Mentais da Associação Americana e Psiquiatria, onde todos os diagnósticos de autismo estão dentro do Transtorno do Espectro Autista.

Do diagnóstico ao tratamento

Por não ter uma cura, ao receber o diagnóstico de TEA a família passa por um turbilhão de emoções, desde a aceitação até o início da jornada para notar os avanços após o tratamento, que, conforme a psicóloga clínica do Hospital Amhemed, trabalha diversos sentidos e comportamentos.

“Hoje precisam ser utilizados vários recursos com os adultos e crianças diagnosticados com o TEA, como o ABA (Análise do Comportamento Aplicada), uma intervenção que tem se mostrado efetiva; além do TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficit Relacionados à Comunicação); PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Imagens); além de Fonoaudiologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Musicoterapia, Ecoterapia e, em alguns casos, também entramos com medicações”, detalha a psicóloga Jane.

Segundo a psicóloga, uma ação que faz toda diferença é o acolhimento. “É muito importante o acolhimento adequado para que o paciente com TEA se sinta confiante e confortável, recomendamos sempre que, durante as sessões, ele esteja acompanhado de familiar ou responsável para ficar mais confiante. Também reforçamos os diálogos verbais e não verbais, o mínimo de estímulo sonoros, é importante também explicar cada etapa do atendimento”.

A importância da inclusão

A inclusão é fundamental para todo e qualquer processo, principalmente em pessoas com TEA. Seja em ambientes educacionais ou profissionais. Porém, a especialista reforça que cada caso é um caso e que não se deve comparar resultados, pois para cada diagnóstico é recomendado um tipo de tratamento.

“Toda pessoa com TEA que convive em ambientes escolares ou profissionais nota uma melhora significativa no desenvolvimento da socialização, aprendizado, autonomia e na autoestima, auxiliando não apenas em seu crescimento pessoal, mas também no seu desenvolvimento profissional. Por isso, saliento aqui a importância de oportunidades para que a inclusão aconteça e as pessoas com TEA alcancem o próprio potencial”, conclui Jane, psicóloga clínica e hospitalar do Hospital Amhemed, em Sorocaba.

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