A campanha Julho Amarelo é uma iniciativa crucial para a conscientização sobre as hepatites virais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 325 milhões de pessoas no mundo sofrem de infecção crônica pelo vírus da hepatite B (HBV) e 50 milhões pelo vírus da hepatite C, sendo a hepatite B responsável por 47% das mortes relacionadas a hepatites virais.
Com impacto significativo na saúde global, conforme a OMS, as hepatites virais causam aproximadamente 1,4 milhões de mortes, anualmente, em decorrência de quadros de infecções graves, como câncer hepático e cirrose. A Dra. Ana Toporovschi, médica infectologista no Hospital Amhemed, destaca alguns dos desafios que prejudicam o diagnóstico precoce das hepatites. “Falta de sintomas específicos nas fases iniciais da doença, desconhecimento da população sobre a importância da realização de exames específicos para hepatites, além do bloqueio cultural que impede as pessoas de procurarem assistência médica são os principais pontos que prejudicam o tratamento da doença em sua fase inicial”.
A vacinação é um importante e indispensável método de prevenção. “A vacinação é uma das formas mais eficazes na prevenção das hepatites virais. As vacinas contra as hepatites A e B estão disponíveis e fazem parte do Programa Nacional de Imunização (PNI) no Brasil e em diversos países. Ao serem vacinadas, as pessoas desenvolvem imunidade contra os vírus das hepatites, reduzindo significativamente o risco de infecção”, afirma a infectologista.
“Os tratamentos mais eficazes disponíveis para as hepatites virais variam de acordo com o tipo de vírus. Para a hepatite B, pode incluir antivirais que ajudam a controlar a replicação do vírus e a prevenir complicações. Já para a hepatite C, o tratamento consiste em antivirais de ação direta, que podem curar a infecção na maioria dos casos”, detalha a infectologista.
Dra. Ana ainda complementa que os tratamentos colaboram na melhoria da qualidade de vida dos pacientes, além de reduzirem as complicações e taxa de morbimortalidade. “As complicações a longo prazo associadas às hepatites virais crônicas incluem cirrose, insuficiência hepática e câncer de fígado, sua prevenção pode ser alcançada através do tratamento adequado e monitoramento contínuo dos pacientes”.
Para reforçar a conscientização, a infectologista destaca a importância do Julho Amarelo. “Essas campanhas de conscientização são fundamentais para orientar a população sobre as hepatites virais, incentivar a realização de exames para diagnóstico precoce, promover a prevenção e também combater o estigma associado à infecção. Além disso, podem contribuir para a sensibilização de profissionais da saúde e gestores públicos sobre a importância do enfrentamento das hepatites virais”.