No Brasil, esse tumor é o segundo no ranking de diagnósticos para homens e mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer
A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, agência reguladora de medicamentos e alimentos, aprovou um novo teste de sangue denominado Shield, que oferece uma opção menos invasiva e mais conveniente para pacientes, facilitando o diagnóstico do câncer colorretal. Segundo os pesquisadores, o exame deve ser lançado comercialmente na próxima semana. Este teste se junta a outros métodos de triagem de câncer colorretal, como colonoscopias e testes de fezes em casa, mas é o primeiro aprovado deste tipo.
Dr. Heitor Consani, diretor técnico do Hospital Amhemed, em Sorocaba (SP), explica que o novo teste de sangue aprovado pelo FDA é uma inovação significativa na triagem de câncer colorretal. “Ele é um exame de sangue de coleta habitual que não necessita de preparo ou internação, sendo considerado não invasivo, o que facilita o rastreio populacional e permite uma detecção mais precoce”.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 45 mil casos de câncer colorretal devem ser confirmados por ano, entre 2023 e 2025. A incidência é tão alta que fica atrás apenas dos diagnósticos de câncer de mama, entre as mulheres, e de próstata, entre os homens, por isso, segundo Consani, a descoberta é tão importante.
O teste Shield funciona detectando DNA tumoral em amostras de sangue, utilizando uma combinação de fatores baseados no genoma e no DNA do tumor presentes na corrente sanguínea. Os pesquisadores afirmam que o teste apresenta os maiores níveis de sensibilidade e especificidade já conseguidos em exames de laboratório. Em um teste realizado com 8 mil pessoas, a inovação demonstrou 83% de sensibilidade na detecção do câncer colorretal se comparado ao total de diagnósticos via colonoscopia dos mesmos pacientes; e 90% de especificidade, ou seja, de todos os diagnósticos só 10% foram falsos positivos.
“Esse teste de sangue é recomendado principalmente para pacientes maiores de 45 anos com risco médio para câncer colorretal”, acrescentou Consani. “Devido à sua facilidade de uso e alta precisão, esperamos que ele seja incorporado aos protocolos de rotina dos consultórios e programas de rastreio populacional no Brasil”.
Médicos que consideram recomendar este teste para seus pacientes devem seguir as diretrizes e protocolos das principais sociedades médicas, que nortearão o uso e indicações do teste nos próximos meses. “Este exame tem o potencial de transformar as práticas de triagem de câncer colorretal, tornando-as mais acessíveis e menos invasivas para a população”, concluiu Dr. Heitor Consani.